quarta-feira, 12 de maio de 2010

Visita do Papa Bento XVI


Eu fui à missa campal, no Terreiro do Paço, ontem (dia 11-05-10).
A razão da minha ida não se prende apenas com o ir ver o Papa, apesar de ele ser o representante máximo da Igreja Católica.
Confesso que tive muitas dúvidas em relação a ir ou não. Mesmo na véspera.
Acabei por ir.
Não me arrependo em nada.

Digam o que disserem, é bom saber que ainda há causas que movem cerca 100 mil jovens.
Eu estive lá senti o que é a união destes jovens. Não é como ir a um festival de Verão, apesar do aglomerado de pessoas ser semelhante. E não é igual porque ali estávamos todos juntos, unidos, pela mesma causa, pela mesma fé. Essa força valeu mais do que ter visto o Papa.
O grupo em que estava, "Eu Acredito" (camisolas azuis) marchou desde o Parque Eduardo XII até ao Terreiro do Paço, horas e horas numa caminhada lenta mas muito animada. Durante essas horas temos um encontro connosco mesmos, e o que me veio à cabeça não foi propriamente, a Fé na Igreja (até porque na Igreja acredito muito pouco), foi mais a Fé na união, no companheirismo, e na juventude. A Fé na sintonia. A Fé de que 100 mil vozes podem ser uma só.

Quando cheguei ao recinto (Terreiro do Paço) deparei-me com uma curiosidade não muito agradável. A missa estava a ser celebrada numa praça onde há centenas de anos atrás eram celebrados os autos de fé. Daí eu dizer que fé na Igreja, tenho muito pouca. A mesma Igreja celebra na mesma praça ritos completamente opostos, mas uma coisa é certa, a Igreja Católica foi uma assassina.
E perdoe-me, mas ainda o é. Tendo em conta que o Papa continua a dizer que não se deve utilizar preservativo. Mas eu pergunto ao Sr. Papa: o Sr. não sabe que a SIDA mata? Que não tem cura e que a única prevenção é o uso de preservativos em todas as relações sexuais.
Mas que Igreja é esta tão pouco consciente da realidade que vivemos?

E reforço mais uma vez a minha ideia a minha fé esta cada vez menos na Igreja e cada vez mais nas pessoas, e principalmente nos jovens, pois tenho fé que consciência não lhes falte...

Eu também tinha uma T-shirt que dizia "Eu Acredito" e em letras mais pequenas lia-se: Quem acredita em Deus nunca está só.
E é nisso que acredito, não nesta Igreja corrupta, manipuladora e com uma certa falta de consciência.

Sr. Papa, o Sr. que é o sucessor de Pedro, lute pela união, mas não pela morte. Pedro recebeu a missão de cuidar das pedras vivas e da Igreja, as pedras vivas somos nós que vamos tendo esta Fé em Deus, e a Igreja de Pedro é uma Igreja de Pedras Vivas, por isso cuide de nós cuidando da sua Igreja, não nos deseje o mal de morrermos por termos feito o que nos tem pedido para fazer (não usar preservativo). No livro Sagrado, em nenhum lado está escrito que é proibido o uso do preservativo, mas vocês alegam que está escrito que o homem e a mulher foram feitos para se amarem e reproduzirem, e que por isso o preservativo vem interferir com isto visto que para além de nos proteger da morte, não permite a natalidade. Mas eu também me lembro de ter lido que o Homem e Mulher foram feitos por Deus e à semelhança deste, e se assim foi porque é que Deus iria permitir que houvesse prazer?
Pois cá está, será uma contradição Sr. Papa?
Não me parece.

É por estas e por outras que eu e tantos outros jovens, nos vamos afastando da Igreja. Achamos que já não estamos dentro dos parâmetros por si exigidos.
Mas eu continuo a ter Fé muita Fé, seja lá no que for (na Igreja é que não é de certeza), e desta Fé não desisto.

E repito: Eu Acredito!!

Liliana

terça-feira, 4 de maio de 2010

As burcas


Li recentemente um discurso de Sarkozy, Primeiro Ministro Francês, relativamente ao tão debatido assunto da utilização das burcas. Segundo este politico a burca "reduz a mulher à servidão e ameaça a sua dignidade","não é um sinal de religião, mas de subserviência" e não é "bem-vinda" na França. O líder francês ainda demonstrou apoio à criação de uma comissão parlamentar para analisar a proibição do uso da burca em lugares públicos no país. "Não podemos aceitar que tenhamos no nosso país mulheres presas atrás de redes, eliminadas da vida social, desprovidas de identidade", afirmou.
Acho que está assim bem clara a opinião do Primeiro Ministro Francês em relação à utilização das burcas no seu pais. Eu não poderia estar mais de acordo, acho que a utilização da burca acaba por reduzir a mulher a um "pano esvoaçante" a passear pela cidade. Toda a mulher tem o direito a andar vestida como quiser e apresentar-se à sociedade da forma que gosta, acontece que estas mulheres são muitas delas obrigadas pelos maridos e famílias a usar a burca e por vezes os vestidos até aos pés.
Todas as mulheres deveriam ter o direito de se vestirem e apresentarem como quiserem e se sentirem confortáveis. Acho inaceitável que ainda hoje em dia existam mulheres que se vistam em função do que o marido e as famílias obrigam, e que sejam obrigadas a andar todas cobertas para que ningúem consiga olhar para elas.
Existem mulheres muçulmanas que provavelmente tem o sonho de serem modelos ou actrizes mas que se encontram presas à realidade da sua religião que não lhes permite andar com os braços ou pernas à mostras,andando praticamente só com os olhos de fora, eu vejo isso como uma forma de escravidão.
A rapariga da fotografia segura uma fotografia dela própria, sendo essa mesma fotograifia muito famosa por ter sido capa da National Geografic,e a rapariga ter sido considerada muito bonita. Consta que a rapariga foi muito procurada, pelo que ela poderia ter tido um enorme sucesso pela sua beleza. Mas não, ficou presa à sua cultura e religião, tendo sido encontrada pelo mesmo fotografo que a tinha fotografado à uns anos atrás, debaixo a uma burca sem se querer mostrar, tendoapenas após muitos esforços destapado a cara. Este é apenas um em milhares de casos de mulheres que podiam ter um brilhante futuro pela fente mas por estarem sujeitas à sua religião e neste caso à burca entre outra coisas, se limitam a cumprir o que os maridos e familia mandam.
Vera Fijan